sexta-feira, 29 de junho de 2012

O ESPORTE está banalizado, não morto!

Percebo muita gente falando mal do futebol-ESPORTE, ou pelo fato de simplesmente não gostar, ou por não suportar ver tanta gente feliz (ouvir gritos de comemoração, conversas, veiculação na mídia, etc). Afinal o futebol é um esporte popular. Este é um momento em que o esporte, como elemento cultural e social, está enfatizado. Temos a final da Libertadores da América, cuja disputa contempla uma equipe que tanto deseja e luta por este título, e teremos também os Jogos Olímpicos muito em breve. Sem contar a final da Eurocopa e o título do Chelsea, que derrotou uma das maiores equipes de futebol da história, na Champions League. Enfim, há ênfase do esporte no momento em que vivemos. Não sou intelectual e nem pretendo ser, mas sei buscar informações e perceber sentidos sociais para os temas que fazem parte da civilização. Esporte é um deles e o aprecio. Em síntese, a origem do esporte data da Antiguidade e serviu para representar a coesão social, conservação da saúde, espetáculo. Os atletas fazem referência a heróis, pois alcançam um nível físico (e talvez psicológico) que o distingue dos outros, tornando-os capazes de realizarem feitos impensáveis pela maioria. Atletas são como modelos de superação e isso favorece a identificação das pessoas. É inegável a importância do esporte para a civilização. Muitos não enxergam o que há de belo no tema e extrapolam sua significação através da violência ou de comentários impertinentes. Não vou negar que também fico incomodado com a violência, mas o que mais me incomoda são os comentários generalistas, de que o esporte aliena e as pessoas que o acompanham são fúteis. Porém, o esporte é outra coisa, diferente de tudo isso. O esporte foi criado por seres humanos e a violência que percebemos hoje, como parte do esporte, é também um aspecto humano. Falar mal é muito fácil. A superficialidade de comentários carregados puramente de afeto - e talvez por isso infundados - faz com que se mantenha a visão equivocada sobre o tema. O esporte e quem verdadeiramente o aprecia merecem respeito. Nada mais.

domingo, 3 de junho de 2012

Coincidências?


Trabalhava em uma empresa que não oferecia nenhuma perspectiva de crescimento e desenvolvimento. Havia um grande conflito em relação ao que fazer da vida. Um dilema quase indissolúvel. Juntar dinheiro para comprar uma casa em longo prazo ou adiar esse sonho e ingressar num curso superior em curto ou médio prazo? Nesta época, já namorava há alguns anos e isto tinha um peso na "decisão". A idéia mais viva e possível era juntar dinheiro para comprar uma casa em longo prazo, apesar de ganhar relativamente pouco. Diariamente ia desmotivado ao trabalho. Num dia comum, no meio do expediente, dei-me conta de que não havia nada de errado no lugar, mas eu, sim, estava no lugar errado. Foi o insight necessário para a mudança. A partir daí, iniciei cursos em outras áreas e comecei a crer que era possível alterar as condições presentes.
Fim de expediente. Saí do trabalho e, ainda na calçada da empresa, recebi e li uma mensagem no celular. A mensagem era de um site de empregos da Internet. Tratava-se de uma vaga de emprego. O curioso era que eu não havia me cadastrado naquele site. Nem sabia de sua existência, na verdade. Coincidência? Sendo ou não, resolvi cadastrar-me no site ao chegar em casa. Fiz o cadastro e paguei a taxa no banco. Ao visualizar a vaga, percebi que a empresa era bem próxima de casa, porém a vaga era exclusivamente para pessoas do sexo feminino. Liguei para confirmar e fui informado de que a vaga era, realmente, para mulheres. Tudo bem. Seguiu-se a vida e continuei naquele trabalho.
Cerca de um ou dois meses depois, ao chegar em casa, minha mãe me informou que uma universidade havia entrado em contato comigo e que eu deveria ligar para tratar sobre uma vaga de emprego. Estranhei, pois não havia manifestado interesse em trabalhar lá. Na realidade, a idéia de trabalhar lá nunca havia ocorrido ao meu pensamento. Então, liguei, marquei uma entrevista, mas não desliguei o telefone sem antes perguntar onde tinham conseguido meu contato. Disseram que haviam visualizado meu currículo através do tal site de empregos da Internet. Aquele que relatei há pouco. O qual naquela ocasião já havia até caído no esquecimento.
A vaga era temporária, porém com possibilidade de efetivação no fim de seis meses. Não hesitei e arrisquei. Passando nos testes e entrevistas, pedi demissão da outra empresa e ingressei nesta universidade. Teria a possibilidade de ter uma bolsa de cem por cento se fosse efetivado. Foi o que aconteceu. Ingressei, finalmente, no ensino superior em Psicologia. Se a idéia de estudar em uma faculdade era um entrave, em termos financeiros, para a compra de um imóvel, agora "este problema estava resolvido", pois não iria pagar para estudar e ainda iria ganhar um pouco mais do que ganhava na outra empresa.
Psicoterapia é uma atividade altamente recomendável para estudantes do curso de Psicologia. Completados quatro anos de curso, iniciei a minha psicoterapia. Era um momento difícil da formação, pois havia iniciado os atendimentos na clínica, tão ansiosamente esperados. Suporte era realmente necessário.
Certo dia, logo no início do processo psicoterapêutico, ao contar esta história para a psicóloga, relatando exatamente a mudança de emprego e as expectativas do que poderia fazer no futuro - estudar ou comprar um imóvel em longo prazo –, recebi uma mensagem no celular. Li a mensagem apenas ao sair do consultório. Era um anúncio de imóvel em Santa Catarina. O texto da mensagem descrevia o imóvel, muito atrativo por sinal. Eu nunca pesquisei imóveis fora de São Paulo. Nunca me cadastrei em sites de imóveis. Não dei o mínimo valor à mensagem e fui para a aula. No meio da aula, pensando nos conteúdos da sessão daquele dia, em que relatei sobre a mudança de emprego, sobre a mensagem misteriosa que acabou me direcionando a um emprego melhor e ao ensino superior, tive um insight. Lembrei que foi no momento deste relato à psicóloga que meu celular tremeu no bolso, com uma mensagem enviada, aparentemente, sem motivo, mas que tinha em seu conteúdo algo totalmente relacionado ao que eu falava pra ela naquele momento. Isso fazia todo sentido. Isto foi, provavelmente, um grande exemplo de sincronicidade. Carl Gustav Jung teorizou este conceito. O autor postulou que a sincronicidade se configura como uma espécie de coincidência significativa, onde uma coincidência, no tempo, de dois ou vários eventos, sem relação causal pode ter o mesmo conteúdo significativo. Logo, ao ter recebido a segunda mensagem “misteriosa”, num contexto significativo, assim como havia recebido a primeira (também num contexto significativo), percebi que elas poderiam ser consideradas, por mim, como sinais indicativos do caminho a seguir. Percebi que poderia continuar e que estava no caminho da minha evolução. Estar preparado e atento aos acontecimentos diários pode ser determinante na compreensão deste fenômeno. Se eu não estivesse atento (psiquicamente disponível), talvez a segunda mensagem passasse despercebida e eu não teria compreendido seu possível significado. Seria apenas uma mensagem enviada por engano. Considero que foi muito mais que isso. Uma mensagem (em seu mais amplo entendimento) de profunda significação.

Sincronicidade: "(...) a simultaneidade de um estado psíquico com um ou vários acontecimentos que aparecem como paralelos significativos de um estado subjetivo momentâneo, e em certas circunstâncias, também vice versa".
A última frase, entre aspas, é de Carl Gustav Jung.