Perguntas e dúvidas pouco
contribuem na compreensão de vivências espirituais – ou conexão com o Divino. Aquele
que alcançou algum contato com a experiência espiritual, de repente, se percebe
livre da racionalidade exagerada, que, por fim, culmina em incredulidade. Talvez
acreditar não seja o fator fundamental e determinante, mas sim, desfazer-se da
prepotência que induz a considerar que podemos controlar tudo, inclusive a nós
mesmos. Se o poder do controle absoluto fosse realmente propriedade do ser humano,
haveria tanto desequilíbrio? Se assim fosse, o ser humano, em sua “posição privilegiada e superior de ser racional e inteligente”, erradicaria com êxito toda e qualquer forma de
sofrimento existente, o que não acontece de fato. Assim, a abertura à contemplação,
como disposição autêntica, nos permite testemunhar tudo o que excede o
limite físico e intencional, podendo favorecer o conhecimento e a compreensão do, até então,
Desconhecido. Aos interessados pela busca desse tipo de experiência, parece que
a observação atenta tende a trazer mais benefícios do que a criação de
inumeráveis questionamentos.